Hoje ela trabalha no coração da B&Q (onde o dinheiro entra) e é Analista de Faturamento, mas, começou muito cedo no Setor operacional comercial. Shirley Sampaio era Assistente Administrativa no Setor que hoje é a Célula de Inteligência de Serviços Comerciais e Emergenciais (COS). Ela iniciou sua jornada na B&Q cuidando das áreas de corte e ligação de energia da região metropolitana de Fortaleza (CE).
A empresa acabara de ganhar um grande contrato e estava precisando de funcionários para o novo setor. Foi então que a moradora de Aquiraz-CE, indicada por uma amiga do Setor de Recursos Humanos – RH decidiu participar do processo seletivo e conquistar essa vaga.
As salas desse novo setor ainda não estavam prontas na Matriz – Eusébio (CE). Decidiu-se instalar o setor operações comerciais da região metropolitana na base do bairro Bom Jardim na grande Fortaleza (CE). Antes disso, enquanto a estrutura ficava pronta, os funcionários passaram seis meses trabalhando diretamente na sede da extinta Coelce.
“Quando se passaram seis meses tive que tomar uma decisão: ou eu ia trabalhar no Bom Jardim ou ia para fora da empresa, mas quis encarar esse desafio. Eu não tinha como ir para a minha casa todos os dias, meu horário era até as onze da noite e então precisei ir morar com uma prima na Messejana”, relatou.
Shirley conta que sua batalha começava cedo. Ela decidiu ficar e passou um ano trabalhando no Bom Jardim, fazendo esse mesmo trajeto todos os dias pegando quatro conduções para ir e quatro para voltar. “Mas eu não desisti, fui assaltada, reagi aos assaltos, chegava na minha prima às vezes meia-noite. Só ia para minha casa aos finais de semana”, narrou.
Após um ano nessa luta, ela ficou sabendo que iriam levar a equipe da central de monitoramento das operações comerciais da região Metropolitana para Matriz – Eusébio. Feliz com a novidade, já que assim ela poderia voltar para sua casa em Aquiraz, município vizinho ao Eusébio onde fica a matriz da B&Q. A mudança ocorreu naquele ano, novas instalações, novos equipamentos “era uma sala de alta tecnologia” destacou Sampaio.
Infelizmente no decorrer desse período Shirley sofreu um acidente e fraturou seu braço esquerdo. Perdeu a movimentação da sua mão. Passou por várias cirurgias e teve de passar um ano e dois meses afastada pelo Instituto Nacional de Seguro Social – INSS.
“Eu achava que não conseguiria mais voltar”, lamentou. Quando retornou desse período acreditava que ia ser demitida. Mas não, continuou fazendo os mesmos serviços de anteriormente. Oito meses depois para seu desespero sofreu outro acidente: uma queda de moto. “Eu estava com meu cunhado, quando um carro saiu desgovernado de uma rua e jogou a gente pra longe. Ele foi pra um lado e eu para o outro. Felizmente não quebrei nada, só tive uma torção. Fiquei quinze dias afastada, trabalhei dois dias, fiquei mais quinze dias para não ter que voltar novamente pro INSS. Mas venci mais essa etapa e continuei”, contou.
Foram sete anos fazendo aquelas atividades, Shirley aprendeu de tudo um pouco. Experiente, ela começou a prestar assistência para as outras regiões. Após o encerramento daquele contrato que culminou na criação do setor onde Shirley atuara, alguns colaboradores foram desligados, outros coordenadores foram remanejados e ela então foi tirar férias para descansar.
“Nesse período eu me desesperei. Com a saída de alguns colegas, comecei a receber propostas tentadoras, mas a B&Q não quis me deixar sair. Fui descansar minha cabeça, mas quando voltei, para um novo setor, não aguentei ficar dois dias trabalhando e comecei a sentir febre por não aceitar essa situação. Estava com medo dessas mudanças.”, afirmou.
A colaboradora conta que o seu dia mais desafiador na B&Q foi quando ela decidiu ir até a sala do Chief Financial Officer – CFO (Diretor Financeiro), Alexandre Queiroz, pedir sua demissão. Mesmo com medo, ela foi conversar com o Diretor que prontamente quis saber o motivo. Shirley relatou o medo do novo, de não estar adaptando-se bem ao novo setor.
“Ele me disse que eu precisava encarar novos desafios, novas oportunidades e me remanejou para um novo Setor: o do faturamento. Nunca esqueci das suas palavras: ‘Shirley todo mundo sabe como é difícil, não vou lhe cobrar tanto agora porque você tá começando, mas no decorrer vamos alinhar tudo’. Hoje eu agradeço imensamente essa nossa conversa. Agradeço suas palavras porque no outro dia eu renasci”, exclamou.
Após a conversa com o CFO da B&Q, Shirley conta que quase não pilota a moto, trêmula e ainda desacreditada da coragem que teve. Porém a conversa com o chefe lhe deu impulso para encarar o desafio como um novo capítulo da sua história que se entrelaça com a história da B&Q.
Apegada ao Setor operações comerciais, para ela foi um baque esse término de contrato. Sampaio disse que amava realizar as atividades de: passar os cortes, fazer as rotas, passar as religações para as equipes de campo.
“Eu adorava as minhas atividades, o contato com os colegas eletricistas, a adrenalina que passávamos em algumas situações de corte de luz. Na hora era tenso, mais depois que resolvíamos a gente se divertia com as situações, saudades daquela época” lembrou com carinho.
Após relutar, ela aceitou o desafio e dividiu o setor com sua irmã, na época funcionária da B&Q. Foi ela quem passou para Shirley as atividades que ela faz até hoje: faturamento, documentação, certidão, contas a receber, dentre outras.
“Eu já cheguei a ser da conciliação. Já cuidei dos caixinhas (que é quando é preciso de dinheiro de imediato para comprar alguma coisa) da matriz e até fechava os dados das filiais que na época não era tantas. Nesses onze anos eu fui de tudo um pouco, aprendi muito. Então hoje eu posso dizer que eu poderia estar arrependida. Hoje penso completamente diferente que quando a gente tem as oportunidades se a gente se identifica ou não, precisamos agarrar e ver se realmente iremos seguir o caminho certo ou não. Só saberemos mais na frente”, pontuou.
A Analista de Faturamento disse que atualmente se identifica muito com o que faz. Começou ADM, foi assistente de Faturamento, hoje é analista e se sente completamente realizada por todas as suas atividades dentro da B&Q. Hoje ela sabe dizer o que faz, qual o propósito do seu trabalho e de como a sua trajetória na empresa foi importante para sua vida.
Atualmente ela acompanha as filiais, faz o fechamento, a desoneração no geral, é ciente da grande responsabilidade e se diz uma grande apaixonada pelo ofício. Shirley é autodidata, entende de faturamento, contabilidade, impostos, tributos etc. Humilde diz que os colegas a ensinaram o que ela sabe. “Sabe o que falta para eu completar o meu sonho? Concluir minha graduação! Aí sim serei uma faturista por vocação, prática e formação”, exclamou.
A analista acredita ser uma boa funcionária e para ela, crescer e acompanhar o crescimento da B&Q é uma sensação de gratidão imensa. Ela afirma ser muito grata por todos esses anos na corporação. “Vou carregar para sempre a B&Q comigo. Aqui foi meu segundo local de trabalho, aprendi muito com muitas pessoas que trabalharam ao meu redor e com muitas pessoas de outros Setores também, que me deram aquele suporte quando precisei. Nosso trabalho é nossa segunda casa”, enfatizou.
Hoje trabalhando em um Setor bem estruturado, debaixo do guarda-chuva do Setor Financeiro, o faturamento conta com dois colaboradores, ela e o assistente. Os dois trabalham em conjunto recebendo dos setores operacionais de diferentes seguimentos de atuação da B&Q os relatórios dos serviços executados pela empresa. Geram uma ordem de serviço e enviam para o cliente validar, e então eles faturam a nota fiscal, enviam para o cliente fazer o pagamento a empresa.
“Eu já tive muitas vitórias nessa vida. Já conquistei muita coisa com meu trabalho. Agradeço sempre e reconheço muito o que a B&Q fez por mim. Não é apenas o reconhecimento profissional, nos momentos mais difíceis que mais precisei a B&Q sempre esteve junto comigo. Está guardado no meu coração”, concluiu.
A faturista ainda dá uma dica a quem está chegando: “Agarre as oportunidades sem medo e esteja sempre aberto para novas oportunidades”!
